Potencialidade do cultivo do camarão marinho nas águas do Baixo São Francisco alagoano é consenso entre pesquisadores | Potencialidade do cultivo do camarão marinho nas águas do Baixo São Francisco alagoano é consenso entre pesquisadores – Caiite 2016

Potencialidade do cultivo do camarão marinho nas águas do Baixo São Francisco alagoano é consenso entre pesquisadores

carcinicultura

Como parte das atividades do Congresso Acadêmico de Inovação e Tecnologia (Caiite), professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e representantes de órgãos ambientais reuniram-se na manhã de hoje (13), na unidade de Penedo, para debater a introdução da carcinicultura no Baixo São Francisco alagoano. Após as discussões, os pesquisadores chegaram à conclusão de que a região tem total condições de receber o cultivo do camarão.

Coordenada pelo professor do curso de Engenharia de Pesca da Ufal, Luciano Amorim, a mesa-redonda foi integrada por Petrônio Filho, também professor da Ufal; Paulo Pantoja, representante da Companhia de Desenvolvimento do Vale São Francisco (Codevasf) e Carlos Godoy, gerente de licenciamento do Instituto do Meio Ambiente (IMA).

Luciano Amorim, pesquisador da área de Aquicultura, apresentou o potencial de cultivo do camarão marinho em águas de baixa salinidade, enfatizando que a cadeia produtiva para essa espécie está totalmente desenvolvida no Brasil e que o Baixo São Francisco tem condições de receber esse cultivo. Disse ainda ser essa uma iniciativa importante para o município de Penedo, no sentido de desenvolver e gerar emprego e renda para a região. “A prática também beneficiará alunos formandos do curso de Engenharia de Pesca, uma vez que, com a cadeia produtiva em desenvolvimento, será mais uma oportunidade de emprego para essa mão de obra qualificada”, acrescentou.

Petrônio Filho falou dos avanços na pesquisa com o camarão pitu, espécie nativa que está na lista de extinção. Destacou que em seu laboratório foram resolvidas várias lacunas em relação à produção em cativeiro dessa espécie, tendo vários resultados positivos, principalmente na larvicultura e cultivo de juvenis.

Paulo Pantoja informou que tem incentivado a carcinicultura no Baixo São Francisco desde 2005, quando ingressou na instituição. Defendeu essa ampliação, argumentando, entre outras razões, que além de gerar emprego e renda para os pequenos agricultores, evitará que a cultura da cana de açúcar continue sendo preponderante na região.

Em sua participação na mesa-redonda, Godoy discorreu sobre as normas e procedimentos para o licenciamento ambiental, destacando algumas áreas impeditivas dentro  da legislação e outras que têm potencialidade para a atividade de carcinicultura.

Todos manifestaram acordo a respeito da sustentabilidade das espécies de camarão para o cultivo, sendo enfaticamente defendida a adoção da prática. Luciano Amorim ressaltou que a mesa-redonda foi a primeira semente lançada em 2016 e anunciou mais um evento para a agenda da defesa da carcinicultura no Baixo São Francisco. “Estamos articulando para o ano que vem,  dentro do Laboratório de Inovação da Aquacultura [IN-AQUA] um workshop da carcinicultura, onde vamos trazer especialistas para debater essa potencialidade do cultivo do camarão marinho em águas de baixa salinidade”, salientou.

Mercia Pimentel – jornalista