II Reunião Anual de Tecnologias Digitais e Metodologias Ativas da UFAL

de 08 a 11 de fevereiro de 2021

Integrando o Ensino de Graduação com a Pós-Graduação: a tecnologia digital na Arquitetura

Alexandre Márcio Toledo

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Campus A.C. Simões

A utilização de tecnologias digitais é uma realidade no ensino e prática da arquitetura, desde o final da década de 1980. A transição dos meios analógicos de concepção, representação e construção para os meios digitais foi lenta, porém irreversível. A era digital na arquitetura se confunde com a produção contemporânea de grandes obras internacionais. A pós-graduação da Ufal adotou o SIGAA, desde 2018, porém com utilização limitada ao registro das atividades acadêmicas e compartilhamento de arquivos. A utilização da plataforma Moodle, em apoio às atividades presenciais da graduação já era realidade na FAU, desde 2016. O desafio de trabalhar esse conteúdo programático simultaneamente em disciplinas da graduação e da pós-graduação, no segundo semestre de 2020, por meio remoto, se impôs em decorrência da pandemia do Coronavírus. A disciplina da pós-graduação ocorreu de setembro a dezembro, com 12 encontros virtuais e 3 atividades assíncronas, carga horária total de 45 horas-aulas, com 23 inscritos e participação de 3 estudantes externos; a da graduação, ofertada no Período Letivo Excepcional (PLE), de outubro a dezembro, com 10 encontros virtuais e 4 atividades assíncronas, carga horária total de 52 horas-aulas, com 21 inscritos e participação de 5 estudantes do campus Arapiraca. Na disciplina da pós, utilizou-se o SIGAA e na da graduação a plataforma Moodle e o SIEWEB. Em ambas, os encontros síncronos ocorreram pelo aplicativo Google Meet, por meio do G Workspace da Ufal. Um dos maiores desafios foi adequar níveis de conhecimento, objetivos e aprofundamentos diferentes. A capacitação em plataforma Moodle e SIGAA, realizadas em 2019, o curso TDMA e a capacitação em Moodle avançado e SIGAA para a graduação, realizados em 2020, pelo docente por meio do PROFORD/UFAL, contribuíram significativamente para operar com desenvoltura os recursos dessas plataformas, bem como de planejar e escolher as tecnologias digitais e as metodologias ativas mais apropriadas. Ambas as disciplinas se estruturam em três etapas: (i) aporte teórico, (ii) identificação de obras arquitetônicas contemporâneas paradigmáticas da era digital, (iii) conversa com profissionais especialistas. No aporte teórico, utilizou-se a mesma bibliografia, com discussão dos conteúdo por equipes. Na pós-graduação, utilizou-se o fórum do SIGAA, para registros e discussões preliminares, com síntese dos conteúdos por meio de slides; na graduação, utilizou-se a ferramenta glossário e síntese dos conteúdos por meio de mapas mentais. As apresentações ocorreram em encontros síncronos. Destaca-se que o SIGAA por não disponibilizar a ferramenta glossário, substituiu-se por fórum, com recursos bem mais limitados. O desafio da segunda etapa foi visitar virtualmente uma obra contemporânea que utilizou tecnologia digitais nas diferentes etapas do processo de projeto. Adotou-se a narrativa digital como metodologia ativa; na graduação utilizou-se a ferramenta Padlet, com o visual do mapa-mundi, incorporada ao Moodle, para apresentação dos resultados. A produção de ambas as turmas foi compartilhada entre elas. Na terceira etapa, interagiram quatro profissionais, por meio de atividades síncronas disponibilizadas para as duas turmas. Discussão do glossário e fóruns, leitura de material complementar e construção de texto compartilhado precederam os bate-papos com os profissionais. A experiência resultou em grande aprendizado para todos os envolvidos. A interação das turmas foi muito gratificante. A gravação dos encontros síncronos e o compartilhamento da produção das duas turmas permitiu a construção de um acervo relevante sobre tecnologias digitais aplicadas à arquitetura. A utilização das quatro plataformas disponíveis, SIGAA, Moodle, SIEWEB e Google Workspace levam à necessidade premente de unificação das mesmas. As duas turmas, apesar de terem aprovado sem ressalvas os encontros virtuais, sentiram falta dos encontros presenciais. A experiência realizada aponta para a irreversibilidade da utilização das TDMAs no ensino de graduação e pós-graduação, e maior aprofundamento das possibilidades do ensino híbrido.