Estado leva inovação e sustentabilidade à Semana de Ciência e Tecnologia na Ufal

Sessenta e três projetos de escolas estaduais estão em exposição no evento, que prossegue até sexta, com o apoio da Seduc

Por Ana Paula Lins / Ascom Seduc
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Estudantes da Escola Estadual Theotônio Vilela Brandão apresentaram o projeto Ecofloor, de produção de cerâmicas artesanais com as cascas do sururu
Estudantes da Escola Estadual Theotônio Vilela Brandão apresentaram o projeto Ecofloor, de produção de cerâmicas artesanais com as cascas do sururu

Criatividade, sustentabilidade e inovação são as marcas dos 63 projetos apresentados pelas escolas estaduais na edição 2023 da Semana Interinstitucional de Pesquisa, Tecnologia e Inovação na Educação Básica (Sinpete).

Promovido pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), com o apoio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), o evento teve início nesta segunda-feira (16) e prossegue até sexta (20). A Sinpete integra a programação da Semana de Ciência e Tecnologia em Alagoas.

Dos 63 trabalhos, 31 são do Concurso de Ações Inovadoras - onde as escolas apresentam seus projetos científicos -, enquanto as outras 32 propostas são exposições de pôsteres e apresentação de atividades que incluem manifestações culturais, palestras, minicursos e oficinas. As atividades acontecem concomitantemente em cinco polos: Maceió, Arapiraca, Palmeira dos Índios, Delmiro Gouveia e Maragogi.

A Seduc também está com um estande no evento, no polo Maceió, onde expõe aos visitantes projetos e ações da pasta. “Estamos trazendo à Sinpete atividades de inovação e tecnologia desenvolvidas na rede estadual, em espaços como o Efex e o Centro de Ciência e Tecnologia, o Cecite. Além disso, temos nossas escolas trazendo pesquisas desenvolvidas por meio dos programas Professor Mentor e Pibic Jr, exibição de pôsteres e realização de minicursos, palestras e oficinas”, informa a gerente de Inovação e Tecnologia da Seduc, Andrea Maciel.

 

Ações Inovadoras

Dos 31 projetos do Concurso de Ações Inovadoras, 17 estão em exposição no Campus Maceió da Ufal, próximo à sede da Reitoria.

Destaques da edição 2022 do evento, as escolas estaduais Professor Loureiro, de Murici, e Theotônio Vilela Brandão, de Maceió, voltam à Sinpete trazendo projetos com viés sustentável e tecnológico.

A unidade do Vale do Mundaú levou ao evento três projetos: um sobre o desenvolvimento de um aplicativo para celular com os principais pontos turísticos de Murici; outro sobre implantação de um sistema de irrigação para horta escolar a partir do reaproveitamento de água de ar condicionado e o último sobre o ensino de matemática.

“Por meio deste aplicativo queremos ajudar o turismo local, mostrando ao visitante os pontos históricos e turísticos da cidade”, revela o estudante Ronald Brandão. “A ideia é que nosso sistema de irrigação alimente a horta escolar, que será utilizada também na nossa alimentação”, complementa Ângelo da Silva.

Já a Theotônio Vilela Brandão expõe os projetos Ecofloor - que aborda a produção de cerâmicas artesanais com as cascas do sururu e foi vencedor do Encontro Estudantil da Educação de Alagoas deste ano - e do bioconservante feito de cascas de batata e mandioca, que retarda o amadurecimento de frutas e vegetais.

“Aperfeiçoamos o projeto que levamos ao Encontro Estudantil com uma nova modelagem e agora temos azulejos e cubas com 100% de cascas de sururu em sua composição”, explica a aluna Vittoria Audalya. “Nosso bioconservante tem amido, que bloqueia a respiração de frutas e, consequentemente, atrasa seu amadurecimento”, aponta Débora Guedes.

Os professores orientadores dos projetos, Nelson Nunes, da Professor Loureiro, e Tatiane Omena, da Theotônio Vilela Brandão, destacam que a Sinpete é uma experiência enriquecedora. “Aqui temos a chance de mostrar a ciência produzida na rede estadual”, avalia Nelson. “É um evento que abre portas para o conhecimento da escola pública e também a aproxima do ensino superior”, resume Tatiane.

Integração

Já as escolas estaduais Marcos Antônio e Princesa Isabel trouxeram trabalhos que abordam também as ciências humanas. A Marcos Antônio, por exemplo, apresentou os resultados de um projeto em parceria com estudantes de graduação da Ufal, por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), onde, dentre outras ações, desenvolveu-se um jogo para abordar questões relativas aos direitos humanos.

“A partir do nosso Laboratório de Iniciativas Sociais do ensino integral, desenvolvemos ações que incluem games, peças teatrais e podcasts. Vimos que os estudantes melhoraram seu aprendizado”, assegura a professora Monique Bayma.

Com maior número de projetos inscritos na Sinpete - oito ao todo - a Escola Estadual Princesa Isabel apresentou trabalhos com temas diversificados, a exemplo de preconceito no ambiente escolar, acessibilidade, robótica e proteção à mulher. “São temáticas que trabalhamos tanto nas nossas disciplinas eletivas como nos projetos do Pibic Jr”, fala o professor orientador Rafael Holanda.

Um destes projetos é o Pink Match, aplicativo que visa proteger e aproximar as mulheres. “A partir de pesquisa, vimos que, por exemplo, no transporte via aplicativo, 80% das mulheres se sentem mais seguras se o motorista for outra mulher. Por isso, o aplicativo faz com que uma mulher encontre outra mulher que esteja próxima para que, juntas, possam compartilhar uma viagem, seja de carro ou mesmo a pé”, explica o estudante Gabriel Dorta.

 

Visitações

Além das apresentações, as escolas estaduais tiveram a chance de visitar a Sinpete e interagir com as atrações presentes. Foi o que aconteceu com as escolas estaduais Arthur Ramos, do Pilar, e Lafaiette Belo, de Maceió, as quais aproveitaram as diversas experiências oferecidas no evento.

“A estrutura é excelente e gostei muito”, declara Pedro Henrique Espíndola, da Arthur Ramos, que visitou a Sinpete acompanhado pela professora Rubenita da Silva. “Aprendi muito a partir de exemplos do nosso dia a dia”, afirma a aluna Hillary Santos de Souza.

Aluna da licenciatura em Química da Ufal, Isadora Alves cursou o ensino médio na Escola Estadual Saturnino de Souza, de Matriz de Camaragibe, e se disse feliz por ter a oportunidade de apresentar a ciência para estudantes da rede estadual.

“Fico feliz por ter a chance de mostrar nosso curso a alunos da rede estadual pois, não faz muito tempo, eu já fui um deles. Nosso objetivo é fazê-los perceber que química não é difícil e faz parte do seu cotidiano”, frisa Isadora.

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